A Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) divulgou nesta quarta-feira, 4/5, os resultados da 5ª edição do Índice Brasscom de Convergência Digital (IBCD). O estudo, cuja última edição foi realizada em 2008, analisa a evolução do mercado brasileiro de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), além e aspectos de inovação e convergência digital.
Nesta edição, que avaliou a evolução do mercado ao longo de 2009 e 2010, o País obteve índice de 6,75 (numa escala que vai a 10). O número representa um crescimento de 15,4% em relação à edição de 2008, quando o índice foi de 5,85. “Estamos muito bem obrigado, mas não tanto quanto precisaríamos”, avalia Nelson Wortsman, diretor de infraestrutura e convergência digital da Brasscom.
Para formar o índice, a Brasscom avalia dez dimensões e, em algumas delas, como conectividade e educação, o desempenho ficou bem abaixo do necessário em relação aos níveis globais de competitividade. Na área de conectividade, por exemplo, o alto preço e a baixa qualidade da banda larga são itens que puxam o índice para baixo.
De acordo com o IBCD, o custo médio dos pacotes de 1GB no País é de R$ 84,90 – um dos mais altos do mundo – para uma velocidade média de 1,3 Mbps. Como comparação, a velocidade média na Rússia é de 18,2 Mbps.
Se a conectividade já é ruim hoje, com a popularização de novas tecnologias ela tende a tornar-se ainda pior. Um estudo da AT Kearney encomendado pela Brasscom mostra que a demanda por banda larga deve crescer 35 vezes até 2019. O uso cada vez maior de smartphones e tablets deve aumentar o tráfego de dados, em relação ao celular comum, em 24 e 122 vezes, respectivamente.
Outro ponto crítico apontado pelo IBCD é a falta de mão de obra qualificada. O estudo aponta que a alta evasão escolar e o baixo rendimento dos estudantes brasileiros em ciências e matemática devem contribuir ainda mais para isso. Outro exemplo: hoje apenas 11% dos formandos em nível superior são das áreas de ciências e engenharia, contra 39% na China. Pior que isso, só 15% dos inscritos em cursos superiores de TI conclui seus cursos.
Por outro lado, cresceu no Brasil o acesso a internet (45% da população) e a computadores (53% da população). Pela primeira vez, o acesso a internet oriundo de domicílios (48%), superou o realizado em centros públicos de acesso pago, ou Lan Houses, que ficou em 45%. “Apresentamos ao Congresso uma proposta que transformam as Lan Houses em centros de inclusão, que poderiam ser utilizados para centros de ensino a distância, por exemplo, mas elas precisam ser formalizadas e autossustentáveis”, afirma Wortsman.
Desafios para TIC
Antonio Gil, presidente da Brasscom, lembra que o Brasil é hoje o 7º maior mercado de TI do mundo, movimentando cerca de US$ 67 bilhões. “Nossa previsão é que, em 2020, seremos o 4º ou 5º mercado, movimentando entre US$ 150 bilhões e US$ 200 bilhões. No mesmo período, o mercado global vai saltar de US$ 1,5 trilhões para US$ 3 trilhões”, diz.
O momento é bom, mas para aproveitá-lo o setor de TI terá que acompanhar o crescimento econômico do País, que também neste período deverá ser a 5ª economia do mundo, atrás dos EUA, China, Alemanha e Japão. “Mas para isso precisamos reduzir o custo da mão de obra. Um analista aqui no Brasil hoje custa mais que em Nova York”, compara.
Além da redução de custo, Gil reforçou a necessidade de formar novos recursos. A previsão da Brasscom é que, até 2020, o País precisará de cerca de 750 mil profissionais de TI e, só em 2011, o déficit deverá chegar a 92 mil (eram 75 mil em 2010).
O executivo citou ainda a infraestrutura do País, precária e cara, como obstáculo ao desenvolvimento do setor. “Há ainda outros dois pontos que precisam ser melhorados: a economia brasileira nunca foi voltada para a inovação e o País hoje se vende muito mal”, afirma.
De acordo com Wortsman, todas estas questões serão levadas ao conhecimento do governo federal, com quem a Brasscom pretende estabelecer um plano de desenvolvimento do setor de TIC para os próximos anos. O objetivo é levar o setor, que hoje representa 3% do PIB, ao mesmo patamar dos países desenvolvidos, que investem cerca de 5% em tecnologia. “Nosso planos prevê um crescimento gradual, que levará o setor a representar 5,8% do PIB em 2020”, diz.
By convergência Digital
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