De acordo com uma recente pesquisa da
Pew Research Center, apenas 10% dos usuários atualizam seu status no Facebook
diariamente. Ainda, 25% disseram nunca fazer isso. Compartilhamentos e abertura
são o combustível do Facebook, mas isso tem mudado. Durante os próximos dez
anos, o Facebook terá os três desafios seguintes pela frente:
Recuperar a audiência adolescente
Usuários jovens sempre foram o
diferencial do Facebook. A rede social foi feita para eles, por eles. Mas seu
crescimento veio com um custo: adultos, dizem os teens, fizeram a rede chata. E
por isso os adolescentes estão saindo para ir para outros rivais.
Segundo um relatório da consultoria
Piper Jaffray, apenas 23% dos adolescentes citam o Facebook como a rede social
mais importante, abaixo dos 33% há seis meses e 42% de um ano antes. Na
apresentação de resultados fiscais, em janeiro, o Facebook reconheceu a
tendência: “Vimos uma queda nos usuários diários adolescentes, especialmente
mais jovens”, disse o CFO da empresa, David Ebersman.
Enquanto os usuários legados tendem a
preferir uma rede social a outras, mas o mesmo não vale para os adolescentes.
Eles usam uma variedade de aplicativos – Instagram, Snapchat, WhatsApp, AskFm e
Twitter estão entre as mais populares. Essas aplicações têm características
similares: são móveis, são plataformas de mensagem, são rápidas e fáceis.
Para recuperar essa demografia vital,
o Facebook precisa chegar aos hábitos dos adolescentes com aplicativos
standalone próprios. Eles precisam atender comunicação, comunidades e
compartilhamentos. Não apenas integrá-los ao Facebook, mas não deixa-los óbvios
(Facebook é para os velhos, afinal).
Inovar frente à competição
O Facebook aprendeu uma lição valiosa
quando a população jovem desistiu da rede: subestime a competição, e os
usuários chave vão desaparecer.
O Facebook tem sido complacente até
agora em manter seus competidores tão próximos. Para desafiar o Instagram, o
Facebook lançou um aplicativo idêntico chamado Camera. Mas quando a réplica da
rede não se mostrou suficiente, a empresa lançou mão do plano B, comprar o
Instagram, o que custou US$ 1 bilhão. Aquisições inteligentes são importantes,
mas não apenas práticas.
Assim como a companhia aprendeu, não
é possível se assumir como réplica, apenas estampando seu nome, para ser
bem-sucedida. Tampouco é inteligente assumir que o dinheiro pode tirar seus
rivais da área. Em vez disso, o Facebook precisa inovar.
O que as montanhas de dados e
algoritmos da rede trazem para cativar os usuários? Como o Facebook usa sua
força para tornar-se melhor? Aqui está a chave para o sucesso da companhia no
futuro. Status quo não vai se manter por muito tempo.
Responder às preocupações de
privacidade dos mais velhos
Usuários que cresceram com o Facebook
têm opiniões diferentes sobre privacidade dos adultos. “Os adolescentes cada
vez mais compartilham informações pessoais em mídias sociais, uma tendência
puxada pela evolução das plataformas que eles usam bem como normas sobre
compartilhamento”, conta um recente relatório da Pew.
Além disso, 91% dos teens publicam
fotos deles mesmos, comparado a 41% dos adultos. Outros 82% dos adolescentes
disponibilizam seu aniversário, 71% sua cidade natal, e 53% dão à rede seu
endereço de e-mail. Usuários adolescentes não pensam duas vezes sobre revelar
suas informações pessoais, enquanto o tópico traz palpitações para adultos.
Persuadir os usuários a compartilhar
mais, como a empresa tem feito ao longo da história, não está mais funcionando
– e não vai funcionar no futuro. O mesmo tanto que o Facebook precisa recuperar
seus usuários jovens, precisa também reter adultos. Colocar na rede social
controles intuitivos; deixar a parte aberta, de compartilhamentos e coleta de
dados para os adolescentes e sua nova leva de apps.
Os primeiros dez anos do Facebook
foram de amplo sucesso, ultrapassando a expectativa de qualquer um. A rede
abocanhou mais de um bilhão de usuários e continua a ter vendas recorde. Os
próximos dez anos serão mais difíceis – sua base de usuários é fluida e seus
competidores são muitos. O Facebook precisa parar, ouvir e inovar. Você é
grande, Facebook. Mas não imortal.
Fonte: ItWeb 2014 fevereiro.
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